Resenha: Americanah

Escrita por Nayara Peluffo, equipe da biblioteca



Chimamanda Ngozi Adichie usa o romance entre Ifemelu e Obinze como plano de fundo para traçar diversas críticas sociais. Eles eram namorados na adolescência e estavam apaixonados um pelo outro. Foram estudar na Universidade em Lagos, na Nigéria, mas devido a várias crises e greves, tiveram que seguir rumos diferentes.

Ifemelu conseguiu uma bolsa nos Estados Unidos. Chegando lá, ela percebe que tudo é diferente de como imaginava que seria. Precisa lidar com o desemprego, dificuldades financeiras e também vivencia o preconceito, se descobrindo negra e conhecendo o racismo por ser uma negra não-americana.

Depois de passar por diversas entrevistas, ter tido depressão e se afastado de Obinze, Ifemelu vai trabalhar como babá. Dessa forma, ela começa a analisar melhor o comportamento das pessoas.

Após algum tempo, ela cria um blog em que discute as questões raciais dos Estados Unidos. Nesse blog são abordados diversos temas, sendo alguns deles: ser um negro não-americano na América, racismo, a eleição de Barack Obama etc. Quando começou a escrever seu blog, ela não imaginava que faria tanto sucesso. Depois de 15 anos morando na América, Ifemelu acaba se tornando uma blogueira famosa, palestrando sobre o assunto em várias partes do mundo. Apesar da fama, acaba decidindo voltar para o seu país, onde acaba reencontrando Obinze.

O crescimento de Ifemelu é uma das coisas mais legais de acompanhar. Podemos ver como ela amadureceu ao longo da história e como se tornou uma mulher mais forte. O que mais gosto nela é que ela parece real, como se existisse nos nossos dias.

Esse é o primeiro livro que leio da Chimamanda. Achei o livro maravilhoso! Apesar de ter romance, esse não é o foco principal da obra, porque ele é muito mais que uma história de amor. O que chama mesmo a atenção são as críticas sociais que podemos ver ao longo da história. Uma das coisas que mais me atraiu foi o blog de Ifemelu. No decorrer do livro nos deparamos com diversas postagens feitas por ela – vou terminar a resenha com uma delas:

Ofertas de emprego nos Estados Unidos — a principal maneira nacional de decidir “quem é racista”

Nos Estados Unidos, o racismo existe, mas os racistas desapareceram. Os racistas pertencem ao passado. Os racistas são os brancos malvados de lábios finos que aparecem nos filmes sobre a era dos direitos civis. Esta é a questão: a maneira como o racismo se manifesta mudou, mas a linguagem, não. Então, se você nunca linchou ninguém, não pode ser chamado de racista. Se não for um monstro sugador de sangue, não pode ser chamado de racista. Alguém tem de poder dizer que racistas não são monstros. São pessoas com família que o amam, pessoas normais que pagam impostos.

Alguém tem de ter a função de decidir quem é racista e quem não é. Ou talvez esteja na hora de esquecer a palavra “racista”. Encontrar uma nova. Como Síndrome do Distúrbio Racial. E podemos ter categorias diferentes para quem sofre dessa síndrome: leve, mediana e aguda.

Citação retirada do livro “Americanah”, da autora Chimamanda Ngozi Adichie

2 comentários:

  1. Excelente resenha! Me deu vontade de ler a obra!

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    1. Que bom que você gostou! É uma excelente leitura e temos certeza que vai te agradar! Volte sempre para ver mais resenhas aqui no blog!

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